quinta-feira, 1 de abril de 2010

Trecho Sul do Rodoanel

O Trecho Sul do Rodoanel Governador Mário Covas foi liberado por volta das 6h40 desta quinta-feira (01/04) em São Paulo. São 61,4 km que ligam cinco rodovias do Trecho Oeste (Bandeirantes, Anhanguera, Raposo Tavares, Castello Branco e Régis Bittencourt) ao sistema Anchieta-Imigrantes.
Inauguração
O Trecho Sul foi inaugurado pelo ex-governador de São Paulo José Serra na última terça-feira (30/03). Como a obra ainda não havia sido finalizada, a liberação ao tráfego foi feita hoje. O primeiro carro a passar pelo local foi o de Alberto Goldman, que assume o governo de São Paulo oficialmente na próxima terça-feira.
De acordo com a Secretaria de Estado dos Transportes, o Trecho Sul custou R$ 5 bilhões, sendo R$ 3,24 bilhões referentes às obras brutas e o restante, R$ 1,79 bilhão, a compensações ambientais, desapropriações, reassentamentos, entre outros.
A estimativa é que cerca de 16,5 mil caminhões e 55,5 mil veículos de passeio passem pelo local em dias úteis. O governo avalia ainda que, com o Trecho Sul em operação, o tráfego de caminhões na Marginal Pinheiros seja reduzido em 43%. Este trecho corta o extremo sul da capital e os municípios de Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André e Ribeirão Pires.
Pelo Trecho Sul, o acesso à Rodovia Anchieta é feito no km 25, no sentido litoral, e 26, no sentido capital. Os da Imigrantes ficam nos km 24 e 25. Entre a Anchieta e a Imigrantes, há 6,9 quilômetros de distância. Entre a Imigrantes e a conexão com o Trecho Oeste e a Régis, são mais 42 quilômetros. O Trecho Oeste tem 32,6 quilômetros e liga a Régis à Raposo Tavares, Castelo Branco, Bandeirantes, Anhanguera e Avenida Raimundo Pereira de Magalhães.

"Grande avenida"
Especialistas em trânsito, porém, alertam que o trecho só vai funcionar se houver “soluções integradas" como alternativas para o transporte na capital. O professor de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso de Franco Peixoto afirmou, em entrevista ao iG, que o número de acessos ao Rodoanel, seguido de uma possível pressão imobiliária e da redução da velocidade na via, transforme o trecho numa "grande avenida".
Embora considere tardia a inauguração, Peixoto acredita que a obra trará melhorias imediatas para motoristas em São Paulo, especialmente usuários da avenida Bandeirantes e da Marginal Pinheiros em razão da “suavização” do trânsito para carga pesada no local.
Ele prevê, entretanto, que haverá aumento no tráfego de Mauá, mais precisamente na Avenida Papa João XXIII, ao menos até a conclusão de um novo corredor na região metropolitana para interligar a zona leste à região industrial do ABC e à Rodovia Ayrton Senna: o complexo viário Jacu-Pêssego.
Para que o Rodoanel não se transforme num pesadelo, afirma o especialista, é necessário que a via tenha poucos acessos. “Se isso acontecer, teremos uma grande avenida. O modelo tem que preservar o número de acessos para a que a velocidade seja alta. Se não, as pessoas vão pegar o Rodoanel como alternativa e isso vai provocar lentidão”.
Além disso, as melhorias no trânsito em São Paulo, diz, tendem a desaparecer em razão do crescimento da taxa de motorização brasileira (a frota nacional ganha 3 milhões de veículos a cada ano) e o excesso de transportes solitários (veículos que transportam apenas uma pessoa).
Para o consultor em trânsito Alexandre Zum Winkel, a abertura do Trecho Sul para o tráfego deve representar economia de tempo para quem segue, por exemplo, do interior para o litoral paulista ou quem está ao lado dos acessos do Rodoanel. O motorista paulistano, porém, terá de avaliar se a região de partida está próxima de um dos acessos à via e checar as condições de tráfego das principais vias da capital antes de escolher.
Fonte: por Lecticia Maggi, iG São Paulo

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