quarta-feira, 19 de maio de 2010

Com PF parada, passaporte em SP só sai com passagem comprada

Movimento é intenso na sede da Polícia Federal em São Paulo.
Servidores param por um dia e pedem reajuste de 24%.
O movimento foi intenso na manhã desta quarta-feira (19) na sede da Polícia Federal de São Paulo, na Lapa, Zona Oeste da cidade. No entanto, só entrou no local quem tinha horário agendado para a emissão de passaportes. Na calçada, em frente ao prédio, funcionários da PF – que promovem uma paralisação nos serviços em todo o país – faziam a triagem e anunciavam que passaportes só eram emitidos para quem estivesse com a passagem comprada.
Analice Silva saiu de Holambra, na região de Campinas, e foi uma das que não conseguiram ser atendidas. Seu marido tem viagem marcada para a Holanda na quinta-feira e a retirada de seu passaporte estava marcada para esta quarta. Mesmo assim, ela que foi ao local para pegar o documento dele saiu da sede da PF sem nada. “O passaporte está pronto aí dentro e não me deixaram pegar”, disse, enquanto tentava explicar para o marido pelo telefone o que estava acontecendo.
A reivindicação dos servidores é por reajuste salarial de 24%. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em São Paulo (Sindpolf-SP), os serviços essenciais como escolta de presos e fiscalização em aeroportos não serão interrompidos. No entanto, durante toda a quarta, os serviços ficam comprometidos pela “operação padrão”.
Para o boliviano Hermínio Tonconi, a opção de voltar para Guarulhos sem o passaporte não parecia nem um pouco aceitável. “Não tem o que fazer, mas vou continuar tentando entrar”, afirmou.
Mais sorte teve a chilena Carla Montesino, que foi com sua mãe Noelia Montesino dar entrada no protocolo de renovação de seu Registro Nacional de Estrangeiro (RNE). Após ser barrada no portão da PF, continuou insistindo com os funcionários até conseguir entrar. “Preciso entrar, pois vou para o Chile em junho e esse documento é fundamental”, disse.
De acordo com o presidente do Sindpolf-SP, Rogério Almeida Lopes, apenas os serviços essenciais foram mantidos. Nesta quinta-feira, as pessoas podem voltar a procurar a sede da PF para fazer a retirada dos passaportes. Ele explica que nesta quarta, no aeroporto de Cumbica, os procedimentos de segurança estão sendo reforçados para mostrar aos passageiros o que os servidores não conseguem fazer diariamente por falta de condições de trabalho. “Por falta de efetivo e falta de estrutura do aeroporto”, afirmou.
Lopes reclama das perdas salariais dos servidores da PF. “Tínhamos o salário inicial mais alto entre os servidores de carreiras de estado. Hoje é o mais baixo de todos”, disse. O salário inicial da categoria é de R$ 7,5 mil.
Fonte: Emilio Sant'Anna Do G1 SP

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